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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Quem NÃO É Deus


Por Cecília N. de Oliveira

Como ouvimos falar de Deus! Parece que todos são cristãos. Aqui no Brasil, então, onde passamos ouvimos falar de Deus; seja nas ruas, nos hospitais, no ônibus, então, sempre! Os feirantes costumam concluir a venda com um afetuoso: “Deus te abençoe”; e por aí vai...
Mas, o que me parece é que de fato poucos conhecem a Deus como deveriam conhecer... As pessoas costumam alimentar uma ideia completamente equivocada de Deus, imaginando-O conforme suas conveniências e exigindo que Ele aja conforme suas ilusões.
Pois bem, com esse devocional, gostaria de falar quem NÃO É Deus. Precisamos urgentemente buscar o conhecimento dEle com base em Sua própria revelação na Bíblia e não em discursos infundados, carregados de emocionalismo e “achismos” humanos.

DEUS NÃO É UM MAFIOSO

Muitos procuram Deus, em “cultos de vitória”, em busca de dinheiro e bênçãos materiais. Querem a prosperidade de suas empresas, querem sucesso em suas carreiras e acreditam que Deus é um mafioso, que se for cultuado (incoerentemente) no dia seguinte vai desviar dinheiro da contas dos trabalhadores honestos e depositar na vida daqueles que participaram intencionalmente de “cultos de vitória”. Pra fazer isso, ou Deus iria fabricar dinheiro falso ou teria que ser mafioso e corrupto, para desviar dinheiro de outrem para os “seus”.

“O SENHOR é fiel em todas as suas palavras, e santo em todas as suas obras.”
(Salmo 145:13b)

DEUS NÃO É UM MERCENÁRIO
           
Muitos crêem que se forem dizimistas e/ou doarem grandes quantias poderão comprar a salvação ou outras bênçãos, como a restauração do casamento, etc. Mas, o fato é que as bênçãos divinas não estão à venda. Deus merece ser servido pelo que Ele é e não por interesses, sejam eles quais forem. O que quer que venhamos a ofertar a Deus será apenas a nossa obrigação. Jamais poderemos dar algo a Deus que Ele não mereça ou que seja grande demais, em vista de tudo o que Ele já fez por nós; entregando-Se a Si mesmo.

“Pois, que aproveita o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca de sua alma?”
(Mateus 16:26)

DEUS NÃO É SURDO

Em muitas reuniões religiosas, infelizmente ainda é comum os participantes gritarem, espernearem, se debaterem e fazerem chantagem emocional com Deus, no intuito de adquirirem dEle a respostas para suas orações egocêntricas. Mas, amados, Deus não é surdo. Ele sabe todas as coisas sem que sequer as mencionemos. Só existe algo que impede que nossas orações sejam ouvidas por Deus e se chama pecado.

“Eis que a mão do SENHOR não está encolhida, para que não possa salvar; nem surdo o seu ouvido, para não poder ouvir. Mas, as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça.”
(Isaías 59:1-2)

DEUS NÃO É UM MOLEQUE

Muitos estão querendo mandar em Deus, determinar o que Ele “tem que fazer”, como se Deus fosse um moleque que precisasse da liderança do ser humano para agir corretamente.
Que loucura estamos vivenciando nesses últimos tempos, não é, amados? Vemos o homem em sua pequenez, querendo agir soberanamente diante de um Deus o qual nem sequer podemos contemplar sem provarmos da morte! O ser humano precisa antes de tudo reconhecer seu lugar na criação de Deus e procurar exercer seu papel de servo; ciente de que tudo Deus já fez por nós; ele não nos deve nada. Aliás, nunca nos deveu. Nós que somos infinitamente de vedores perante Sua multiforme graça.

“Lembrai-vos das coisas passadas da antiguidade; que eu sou Deus e não há outro, eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim; que desde o princípio anuncio o que há de acontecer, e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade”
(Isaías 46:9-10)

DEUS NÃO UM COITADO

Muitos buscam auxílio em tantos lugares, conselhos de amigos, videntes, tarôs e cartas, menos em Deus, por crerem que Ele não pode fazer muito por eles. Tais pessoas estão totalmente enganadas. Enquanto permanecerem cegas em seus delitos e pecados jamais obterão o auxílio verdadeiro, que só pode vir de Deus.

“(...) segundo a sua vontade ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem lhe possa deter a mão, nem lhe dizer: Que fazes?”
(Daniel 4:35)

DEUS NÃO É UM CATIMBOZEIRO

Tem gente pensando que só pode ter contato com Deus se algo místico acontecer. Querem sentir arrepios, querem ter visões e sonhos sobrenaturais. Entretanto, Deus não é catimbozeiro. Ele deixou tudo de que necessitamos saber na Sua Palavra, a Bíblia. Ela é a autêntica revelação divina e nela podemos nos deter a fim de conhecermos e obedecermos a Deus.

“Não vos voltareis para os necromantes, nem para os adivinhos; não os procureis para serdes contaminados por eles: EU SOU O SENHOR vosso Deus.”
(Levítico 19:31)

DEUS NÃO É UM LADRÃO

Há tantas pessoas buscando religiões vãs e sofrendo danos por suas escolhas erradas. Perdem o pouco que possuem, prejudicam o próprio corpo e contaminam a alma.
Entretanto, Deus não é Ladrão. A Sua verdadeira religião é aquela que traz vida e em abundância.

“O ladrão não vem senão para roubar, matar e destruir. Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”
(João 10:10)

DEUS NÃO É MAIS UM

Enfim, Deus não é apenas mais um na listas de deuses... Ele é o Único, Incomparável e Irresistível.

“Eu, eu sou o SENHOR, e fora de mim não há salvador”
(Isaías 43:11)


"Oh, provai e vede que Ele é Bom!"

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Temperança no falar


Por Cecília N. de Oliveira

“Seja a vossa moderação conhecida de todos os homens. Perto está o Senhor” (Filipenses 4:5).

No dia a dia, encontramos situações que nos fazem provar nosso cristianismo. Diariamente, o cristão é tentado a pecar contra o Senhor, a viver por sua carne, a instigar o Espírito Santo de Deus, a esquecer os princípios da vida com Cristo. Isso é muito difícil para nós, nos entristece e nos deixa, muitas vezes, desanimados de continuar a lutar. Mas, a Palavra de Deus já se antecipou avisando-nos de todas essas coisas e nos preparou escapes (auxílios) para nos capacitar a lutar contra elas e sermos vitoriosos através de nosso Salvador.
No devocional de hoje, gostaria de falar de uma virtude que, se a praticarmos, venceremos muitas e muitas dessas situações cotidianas, as quais nos levam a pecar contra nosso Deus, o nosso próximo e nós mesmos. Essa virtude é a temperança no falar, também conhecida como domínio-próprio.
Temperança no grego do Novo Testamento é Enkrateia e significa autocontrole, domínio próprio. Significa na linguagem cotidiana “equilibrar, colocar sob limites, assegurar o domínio da vontade sobre os instintos”. A partir do significado já percebemos como é uma virtude difícil de ser praticada, não é? A moderação é, de fato, uma das coisas mais difíceis. Isso porque estamos sempre querendo (ainda que seja só intimamente) satisfazer nossas vontades, obedecer aos nossos impulsos, tornar relevante nossas opiniões, nossos sentimentos ou nossas interpretações a respeito de tudo e de todos. Isso é natural do ser humano. É natural querermos viver de modo desenfreado, sem nos preocuparmos com as conseqüências das nossas palavras e ações.
Cotidianamente passamos por momentos em que somos tentados a responder alto e grosso a alguém que nos irrita, que nos provoca à ira, que pensa diferente de nós, que não respeita nossa postura, nossas decisões, nossas limitações... Frequentemente, pessoas nos testam, seja no trabalho, na escola, na própria casa e na Igreja do Senhor; testam nossa paciência, nossa espiritualidade, nosso domínio-próprio. Isso é no mínimo desconfortável, pois somos pecadores, possuímos uma carne maligna, que intenta a todo custo vingar-se, satisfazer-se, sobrepujar-se. Como, então, sermos temperantes no falar diante de tais situações, se somos pecadores?
Muitas pessoas dizem que a única forma de lidar com as tentações é cedendo a elas, que ser humano nenhum pode resistir-lhes, que devemos mesmo nos conformar com a forma como somos (pecadores limitados) e fazer os outros entenderem que são eles quem têm que nos aceitar como somos, pois assim é a vida. Entretanto, a Bíblia, a Soberana Palavra de Deus, nos afirma o contrário. Ela nos exorta a buscarmos sempre mais as virtudes de Deus, a andarmos no Espírito e vivermos na prática os frutos disso; dentre eles, a temperança ou domínio-próprio, como diz em: Gálatas 5:16, 25; Colossenses 3:5, 6, etc.
A temperança é muito associada à abstinência da bebida, da prática da gula e da imoralidade. Então, quando um cristão percebe que isso não é um problema para ele, sente-se o todo temperante. Todavia, a temperança é bem mais que isso. Ela nos conduz a sermos moderados em toda e qualquer situação, não apenas nas que os parecem mais críticas. O grande desafio que as Escrituras nos propõem é que sejamos moderados no dia a dia; e eu destaco aqui, no falar de cada um com o seu próximo.
Vamos pensar sobre a importância disso, sim? Você já foi injustiçado por alguém? Já foi julgado erroneamente por aqueles aos quais você respeitava? Já foi vítima de fofoca e injúria? Já foi destratado em momentos delicados, quando na verdade você estava precisando de compreensão e apoio? Já se sentiu ferido com as palavras de outrem? Acredito que a maioria dirá que sim! Mas, você já imaginou que durante toda a sua vida você já pode ter feito tudo isso com o seu próximo? Bem, disso nós não costumamos lembrar com facilidade, não é? É mais fácil lembrarmos de como fomos feridos e esquecermos das feridas que abrimos no peito do outro. Mas, a verdade é que tanto uma coisa quanto a outra são resultados de falta de temperança, falta de domínio próprio no falar.
Se cada um de nós buscarmos com fervor a prática da temperança, muitos desses males serão evitados. A Bíblia diz que se vivemos no Espírito, devemos andar também no Espírito (Gálatas 5:25). Ou seja, se somos filhos de Deus e temos o Espírito Santo de Deus habitando em nós, devemos viver de modo a praticar os frutos desse Santo Espírito. E quais são? “Amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão e temperança” (Gálatas 5:22). Quem é de Deus deve viver praticando a temperança. Deve renegar os desejos da carne, que são, dentre outros, “inimizades, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, inveja... e coisas semelhantes a essas” (Gálatas 5:20,21).
Quando não praticamos a temperança no falar, provocamos inimizades entre os irmãos, despertamos ciúmes, iras, discordamos de modo agressivo, promovemos divergências de maneira imatura, consequentemente dividimos os irmãos, causamos inveja e sentimentos semelhantes. Tudo isso acontece conosco quando não somos temperantes. Tudo isso é obra da carne. Nada disso é atitude coerente para um verdadeiro cristão, mas, quantos cristãos vemos vivendo na prática de tais coisas! Amados, todos nós pecamos, todos nós erramos o alvo, todos nós, infelizmente, desviamos do caminho em algumas situações diárias. Mas isso deve ser a exceção e não a regra! O cristão deveria pecar por equívoco e não por planejamento! Não foi para isso que Cristo nos salvou, para voltarmos a viver como os que não temem a Deus, pois está escrito: “Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais de novo a jugo de escravidão” (Gálatas 5:1). “Todo aquele que comete pecado é escravo do pecado” (João 8:34). Ora, se depois de termos sido libertos, voltarmos às mesmas práticas do pecado, estaremos retornando à escravidão, o que não condiz com um cristão regenerado!
O pastor Israel Azevedo, do Seminário Batista do Sul do Brasil, afirmou certa vez: “... a vida cristã só é possível no Espírito. Fora dEle, nossa vida é como a de qualquer pessoa”. É triste quando as pessoas não reconhecem em nós a diferença que só Cristo e Sua palavra promovem... É desanimador quando o mundo não consegue perceber a diferença entre nós e ele próprio... Isso acontece cada vez mais, tudo porque os cristãos estão esquecendo de vigiar, de orar, da comunhão com Deus e Sua Palavra, estão esquecendo os princípios elementares da sua fé, estão se comportando como qualquer incrédulo, cujas palavras são ferinas, os argumentos são egocêntricos, as atitudes são insubmissas e rebeldes e o falar é amargoso. Precisamos dia após dia fazermos uma avaliação pessoal, a fim de percebermos sempre que errarmos o alvo. Assim poderemos estar sempre melhores que o dia anterior. Sabe? A virtude da temperança no falar está intimamente ligada à humildade, pois, se formos humildes o suficiente para nos avaliarmos e reconhecermos nossos erros, jamais estaremos acusando os irmãos prontamente ao mero deslizar deles. Reconheceremos que nós, muitas e muitas vezes, pecamos e gostamos tanto quando Deus nos perdoa, quando é longânimo conosco e isso nos fará retroceder quando intentarmos ser precipitados no falar, quando intentarmos proferir acusação contra o outro, quando intentarmos vingar-nos a nós mesmos com nossas palavras, quando intentarmos julgar a atitude do irmão sem prévio conhecimento de causa, quando quisermos semear discórdias, dissensões e divisões entre os irmãos, quando intentarmos cultivar inimizades com os outros, ou seja, sempre que não quisermos exercer a temperança no falar.
Viu? A temperança é uma virtude extremamente importante para nosso viver diário. Com ela colheremos alegria, amor, paz, bondade e todo o pacote do Espírito, e sem ela estaremos destruindo as amizades, os relacionamentos, a comunhão, a paz. O pastor Hánderson Rodrigues, da Igreja Batista Regular Paraíso, sempre afirma? “O preço da obediência não é nem para ser comparado com o preço da desobediência”
Pense nisso e lute com o auxílio do Espírito Santo de Deus para ser vitorioso contra a carne e fazer do domínio próprio o tempero seu de todos os dias, para que sua vida e a dos que te rodeiam tenha muito mais sabor!