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quinta-feira, 31 de março de 2011

Série Hospitalidade x Exibicionismo


(Parte 2: Servir aos outros ou impressioná-los?)

Por Cecília N. de Oliveira

Olares! Esta é a segunda parte da série “Hospitalidade x Exibicionismo” que principiei no início deste mês. Só relembrando que hospitalidade é “a qualidade de hospitaleiro”, o que não diz apenas de quem recebe outrem em sua casa, mas sim de quem é uma pessoa acolhedora, quer em casa, quer na Igreja, quer no trabalho, onde esteja...
Desta feita, gostaria de lembrar que a hospitalidade cristã genuína é feita sempre no intuito de servir aos outros. Sim, o único objetivo da pessoa que exerce tal dom é que o seu próximo esteja bem acolhido, bem servido, em nada tendo falta e não em ser reconhecido ou impressionar aos outros em si mesmo.
I Pedro 5:8-10 diz: “Acima de tudo, porém, tende amor intenso uns para com os outros... Sede, mutuamente, hospitaleiros, sem murmuração. Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da graça de Deus”. Uma atitude  intimamente ligada à hospitalidade cristã é o ato de servir aos outros. Vamos pensar um pouco sobre essa palavra.
Em linhas gerais, servir significa “estar ao serviço de; estar às ordens de; prestar bons ofícios a; prestar serviços; consagrar-se ao serviço de. Isso implica que a pessoa que serve deve doar-se totalmente por aquele que está sendo servido. Servir também vem da palavra servo, que significa escravo. Ora, bem sabemos que um escravo não fazia as coisas de qualquer forma nem apenas no momento em que estivesse disposto, antes o fazia com muita diligência, sabendo que do seu bom desempenho dependia, muitas vezes, sua própria vida.
Da mesma maneira, o cristão genuíno, quando se encontra na condição de servo (o que deve ser sempre!), deve fazê-lo com toda a diligência, sabendo que o Senhor, que o salvou, está olhando não apenas para suas atitudes, mas primeiramente para a disposição do seu coração, como diz em Salmo 139:1-2: “SENHOR, tu me sondas e me conheces... de longe penetras os meus pensamentos”. Assim, deverá servir aos outros genuinamente, não apenas de aparência, porque Deus não recebe isso.
Ainda usando da mesma metáfora, vamos refletir sobre a condição do escravo... Não era costume dos escravos, quando realizavam as suas tarefas, exigirem que os seus senhores lhes elogiassem, nem que se impressionassem com suas habilidades. Isto porque os servos tinham em mente que não estavam fazendo mais do que o dever deles... Então, quando um cristão serve, não deve buscar ser elogiado, recompensado, reconhecido, nem aplaudido pelo que faz. Antes, deve fazê-lo na condição de verdadeiro servo (escravo), que faz o melhor, sabendo a quem está servindo. No seu caso, é a Deus, que merece tudo isso e muito mais daqueles a quem Ele comprou com o próprio sangue de Cristo Jesus!
Por outro lado, uma atitude que não condiz com a hospitalidade cristã é o desejo apenas de impressionar. Não raro vemos pessoas que, no exercício da hospitalidade, procuram impressionar aos outros com suas habilidades domésticas, por exemplo, e usam isso não para servir ao próximo, infelizmente, mas para impressionar, para chamar atenção para si, para tomar a glória que é de Deus e usá-la em benefício próprio... Isso é condenável. Não devemos fazer dessa forma.
João Batista nos deixou o exemplo de humildade dizendo que convinha que Cristo crescesse e que ele diminuísse; como, pois, poderíamos nos exibir, exigindo que os outros nos elogiem por serviços que só fazemos pela graça de Deus que está sobre nós? Isso não é coerente, amados!
Vamos orar uns pelos outros, sempre pedindo do Senhor a graça de permanecermos fieis e de exercermos, com alegria, aquilo para o qual ele nos chamou: a sua graça em servir!
Gostaria de terminar com a letra de uma música que tem muito a ver com essa breve reflexão:


Tua Graça Me Basta

Eu não preciso ser reconhecido por ninguém
A minha glória é fazer com que conheçam a Ti.
E que diminua eu pra que tu cresças, Senhor, mais e mais.

E como os serafins que cobrem o rosto ante a Ti
Escondo o rosto pra que vejam Tua face em mim
E que diminua eu, pra que Tu cresças Senhor, mais e mais.

No Santo dos santos a fumaça me esconde
Só teus olhos me vêem
Debaixo de tuas asas
É o meu abrigo, meu lugar secreto
Só tua graça me basta
E tua presença é o meu prazer.

 

terça-feira, 22 de março de 2011

O que você vai fazer com o que sabe?


Por Cecília N. de Oliveira

Você sabe que foi Deus quem criou o céu, a terra e tudo o que neles há...

Você sabe que Deus criou o homem e a mulher perfeitos, à sua imagem e semelhança...

Você sabe que o homem e a mulher pecaram, desobedeceram a Deus e que por meio deles entrou o pecado no mundo e pelo pecado a morte...

Você sabe que todo pecado nos separa de Deus...

Você sabe que todo pecado ofende a santidade de Deus...

Você sabe que Deus providenciou um meio de reconciliar o mundo com Ele: Cristo Jesus...

Você sabe que Cristo é o próprio Deus encarnado que desceu a Terra para morrer em nosso lugar...

Você sabe que Cristo, sendo Deus, nunca pecou, mas em tudo foi tentado e pode perfeitamente entender o sofrimento daqueles que se achegam a Deus...

Você sabe que Cristo não somente morreu, Ele também ressuscitou e está vivo hoje, nos céus, intercedendo por nós...

Você sabe que o espírito Santo de Deus foi enviado por Ele para ser o nosso consolador e convencer o mundo do pecado, da justiça e do juízo...

Você sabe que os que crêem verdadeiramente e obedecem a Deus estão nEle e têm herdado  a vida eterna, a qual jamais será perdida...

Você sabe que o sangue de Jesus nos purifica de todo o pecado, se os confessarmos...

Você sabe que devemos congregar, pois é no seio da comunhão cristã que exercemos os frutos do Espírito e crescemos na garça e no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo...

Você sabe que oração e leitura bíblica, associadas ao exercício da humildade são algumas das chaves para o crescimento espiritual...

Você sabe que devemos sempre considerar os outros superiores a si mesmo...

Você sabe que o homem deve ser o cabeça do seu lar e deve viver a vida comum do lar, cuidando da sua esposa como parte mais frágil e igualmente uma auxiliadora idônea, capacitada para a missão para a qual foi chamada...

Você sabe que a mulher deve ser submissa ao seu marido como ao Senhor, não por conveniência, por timidez ou por obrigação, mas voluntariamente, respeitando o marido em suas particularidades e sendo de fato a sua coroa dele...

Você sabe que os filhos devem obedecer em tudo aos pais, porque isso é grato diante do Senhor...

Você sabe que devemos suportar uns aos outros, e que isso não significa tolerar à força, mas sim dar suporte, ser um auxílio constante àqueles que Deus tem posto em nosso meio...

Você sabe que Cristo voltará em breve e que por isso devemos remir o tempo porque os dias são maus...

Você sabe que deve evangelizar, propagando a verdadeira Palavra do Evangelho e combater as heresias que tão rapidamente estão espalhadas em todo o mundo...

Você sabe que deve interceder pela Igreja perseguida, que no mundo está sofrendo perseguições sangrentas atualmente...

Você sabe que o cristão genuíno foi chamado por Deus para as boas obras, as quais Deus mesmo de antemão preparou para que andássemos nelas...

Você sabe tudo isso e muito mais...

O que você vai fazer com isso tudo o que você sabe?

Você já parou para pensar que já é, há muito tempo, indesculpável diante de Deus?

Há muito deveríamos estar buscando intensamente mais sermos aquilo que Deus planejou para Seus filhos... Se é que alguns de nós já somos de fato filhos de Deus...

terça-feira, 1 de março de 2011

Hospitalidade x Exibicionismo


(Parte 1: De todo o coração X visando os próprios interesses?)

Por Cecília N. de Oliveira


De acordo como Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, a hospitalidade é “a liberalidade que se exerce recebendo e agasalhando em sua casa, sem remuneração, pessoas de outra terra e, ainda, é a qualidade de hospitaleiro”. Esta palavra vem do grego “Filoxenia”, que possui igual significado, além de significar uma generosidade de espírito, uma bondosa alegria de receber e dar o melhor aos outros, sem interesses ocultos.
Refletindo a respeito do que a Bíblia ensina sobre hospitalidade e comparando com os modelos que vemos no mundo, decidi desenvolver uma pequena série a respeito de atitudes que condizem com a hospitalidade cristã, em contraste com as atitudes condizentes com o exibicionismo secular (o qual, muitas vezes, encontra-se arraigado no seio dos que se dizem Igreja).
Em primeiro lugar, a hospitalidade cristã é feita de todo o coração, visando o bem estar do outro e esforçando-se para que as coisas providenciadas (aposentos, alimento etc.) sirvam não somente para abençoar aqueles que os recebem, mas principalmente para glorificar a Deus!
Quando um cristão genuíno recebe alguém em seu lar, ele procura esforçar-se para exercer um mandamento do Senhor. Em Hb 13:2, o Autor bíblico diz: “Não negligencieis a hospitalidade”. Assim, a hospitalidade é antes de tudo uma ordenança do Senhor. E esta ordenança está diretamente ligada à maior de todas as ordenanças: o amor fraternal: Hb 13:1 “Seja constante o amor fraternal”.
Sabemos que quando amamos uns aos outros e até aos nossos inimigos, procuramos fazer todas as coisas para o bem deles. Isso implica, muitas vezes, em renunciar aos nossos próprios interesses, ao nosso bem estar, aos nossos privilégios. É assim também quando recebemos alguém em nosso lar de todo o coração. Nós lhe concedemos os melhores lugares, damos-lhe os primores do lar e abrimos mão de algumas práticas que mantemos quando estamos sozinhos; coisas como dormir cedo, usar a internet ou assistir algum programa de televisão, para estarmos mais atentos às necessidades do outro. Não que essas coisas não possam ser feitas em conjunto com os visitantes; cada caso é um caso.
Por isso, a hospitalidade cristã é a obediência a um mandamento de Deus, porém, não deve ser feita de qualquer forma. Esta primeira parte indica que, para fazermos da forma correta, devemos fazer sem cobiças; não procurando os próprios interesses, nem por falsidade; mas como se fosse para o Senhor.
Em oposição a este ponto, o exibicionismo secular é feito visando interesses próprios, ou seja, a pessoa que deve faz uso, intenta sempre ser recompensado, procura sempre evidenciar seus atos e almeja ser reconhecido.
Quando uma pessoa exibicionista recebe alguém em sua casa, é comum vermos que a maioria das coisas que foi preparada não tinha a intenção de puramente abençoar o hóspede, mas de abrir espaço para o anfitrião se mostrar, expressar suas posses, suas habilidades culinárias, sua falsa bondade em receber os outros, enfim. Nada disso condiz com a prática do amor fraternal. Este tem características que estão justamente opostas ao exibicionismo. Vejamos: “O amor (...) não se ufana (não se altiva, incha, orgulha), não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus próprios interesses, não se exaspera, não se ressente do mal” (I Co 13:4 e 5).
Como a intenção está equivocada, os resultados são opostos. O resultado da hospitalidade cristã é que o hóspede sente-se acolhido, amado, protegido, feliz e agraciado com a companhia de pessoas que agem como Cristo agiria em seu lugar. Ele deseja sempre voltar para poder desfrutar das bênçãos daquela hospitalidade, as quais não necessariamente se referem a conforto e boa comida, mas a bons conselhos, boa conversa, atenção, respeito, coisas tais que não recebemos de todos em todo lugar.
Por outro lado, a pessoa recebida por um exibicionista sente-se constrangida, não com o amor, mas com a arrogância e pretensão do anfitrião. Normalmente, o convidado é cobrado a fazer elogios freqüentes, a concordar sempre com suas opiniões, mesmo que estejam equivocadas e/ou que vão diretamente contra os princípios de Deus, a retribuir os favores seja materialmente ou até mesmo com posturas que agradem ao “benfeitor”. O resultado disso é que a pessoa segue abatida, tensa, desvalorizada e deseja jamais voltar.
Reflitamos: Que tipo de hospitalidade estamos exercendo? As pessoas que vêm nos visitar saem felizes ou abatidas? Talvez a simples expressão no rosto do outro seja um indício de que precisamos mudar ou manter nossa conduta ao recebê-lo. Gostaria de finalizar com uma máxima:

Não seja apenas um bom hospitaleiro,
seja um bom hóspede,
porque isto é agradável ao Senhor!