Por Milton Júnior,
com sua cruz seguindo a Cristo.
Assunto (tema): A cruz do discípulo.
Objetivo: Desafiar a igreja para viver a responsabilidade voluntária do discípulo de abnegar sua vontade em prol da causa de Jesus Cristo e do Evangelho
Introdução
A história do sofrimento humano é tão antiga quanto o primeiro ato de pecado no Éden. A partir daí flui toda a podridão das angústias. Todo ser humano, cristão ou não, é atingido naturalmente pelas conseqüências do pecado.
No entanto, nem todo sofrimento provém do pecado. Há um certo sofrimento reservado aos que buscam fazer a vontade de Deus... Mas, isto não parece uma contradição? Certamente, contudo, quando nos dispomos ao uso exclusivo de Deus e nos separamos do mal estamos alinhados posicionalmente contra tudo o que não é inerente a Deus, inclusive as nossas próprias vontades.
Será que nós já paramos para pensar no que significa a ordenança de Cristo quanto a tomar nossa cruz e segui-lo? Você teria tal coragem?
Para obtermos uma resposta satisfatória a esta pergunta é de suma importância compreender bem a pessoa de Cristo, pois do contrário compreenderemos mal o legado do cristianismo bíblico; compreenderemos mal seus eternos ensinos espirituais, especialmente um dos que mais nos faz semelhante a ele: O sofrimento da abnegação de si mesmo em um mundo hedonista e cruel!
Não se trata, obviamente, de um ensino que anula completamente a alegria de viver, mas nos faz compreender que podemos ser cabalmente satisfeitos com a vontade de Deus, vislumbrando sua eterna retribuição.
Baseados no texto bíblico de Mateus 16:13-28; 17:1-8, vamos refletir um pouco....
Quem é Jesus Cristo na sua opinião (Mt 16:13-20)?
Se não tivermos a resposta certa a esta pergunta, certamente teremos a atitude errada quanto à vida cristã (Mt 16:21-23).
As atitudes corretas quanto à vida cristã implicam em cogitar das coisas de Deus. Temos “cogitado” das coisas de Deus ou das coisas dos homens? Deus ordena: “É necessário ser fiel, sofrer e morrer”; o mundo persuade: “Fuja da dor, busque conforto e prazer”.
A fé é totalmente oposta ao humanismo e com o amadurecimento espiritual virá – inevitavelmente – dor e sofrimento. Portanto, a negação dos sofrimentos cristãos demonstra compreensão incompleta da obra salvífica de Cristo.
É preciso entender que seguir a Cristo envolve abnegação, dores e sofrimento (Mt 16:24-26).
Para seguir a Cristo é necessário, à priori, negar-se a si mesmo. Este ato significa aniquilar completamente o ego, renunciar as imposições da própria vontade (DAVISON, 1997).
Para seguir a Cristo é necessário, à posteriori, tomar a sua própria cruz. A cruz dispensava qualquer comentário na época, já que eram públicos os inúmeros martírios praticados com ela. Cruz é sinal de morte! Significa morte para o domínio da velha vida de pecados. A ordem de Cristo é enfática, a palavra grega para “tomar” transmitia a seus seguidores a idéia de “levantar” e expor a “cruz própria” de modo que todos pudessem vê-la; ou seja, viver a mesma vida de Cristo em si mesmo! Quanto vale a sua vida? Para Cristo valeu tudo, até a última gota de seu sangue... Mas, para você, quão valiosa ela é para rejeitar a Cristo?
Cristo voltará e pedirá contas dos homens (Mt 16:27-28).
Um princípio do Velho Testamento que se torna mais explícito pelo Senhor com a certeza de sua volta. O que você dirá a Cristo quando este dia chegar?
Cristo é o Rei da Glória (Mt 17:1-8).
Jesus Cristo não é mais um carpinteiro, não é mais um servo sofredor, não é mais um supliciado na cruz... Ele é o Rei da Glória! Diante de quem todo joelho se dobrará e toda língua confessará que ele é Senhor (Sl 24:7-10; Fp 2:5-11)!
Você é um discípulo de Cristo? Então, mostre a sua cruz! Mostre a mesma vida de Cristo em si mesmo!
Conta-se que, em certa ocasião, Napoleão, o famoso general francês do século XVIII/XIX, reunia seu exército para mais uma batalha quando algo o chamou atenção: um jovem bem peculiar em uma das últimas fileiras de um batalhão; a quem mandou chamar para comparecer diante de si e de todo o exército; seus cabelos estavam desgrenhados, sua farda desajeitada, sua fivela e suas botas sem brilho pela sujeira... Um episódio realmente decadente.
O general o observou bem e perguntou-lhe: – Qual o seu nome, soldado?
“Napoleão”, respondeu prontamente o jovem.
Ao que replicou severamente o grande estrategista: – A partir de hoje, ou você muda de atitude ou muda de nome!
Assim tem agido uma porção de pessoas que proclamam-se cristãs. Cristo é o seu camarada, não seu Deus!
Será que temos respondido ao chamado do nosso general, Jesus Cristo, com o mesmo sentimento de dever e ânimo que ele? Será para nós motivo de glória sermos chamados cristãos?